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INVESTIGAÇÃO SEGUE

Gêmeas influencers investigadas por lucrar com jogos de azar, ironizam e se chamam ‘as usurpadoras’ nas redes

Acusadas de promover cassinos ilegais para milhões de seguidores, as irmãs publicaram uma foto com a legenda ‘as usurpadoras’, em tom debochado
Investigadas pela Polícia Civil, as gêmeas Paola e Paulina de Ataíde postam foto com legenda 'as usurpadoras', ironizando investigação — Foto: Reprodução

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Como na novela mexicana dos anos 90, a trama também envolve irmãs gêmeas. Mas, na vida real, as cariocas Paola e Paulina de Ataíde são acusadas de “usurpar” a confiança de milhões de seguidores, se valendo da imagem de sucesso para promover jogos ilegais. As influenciadoras, que juntas somam quase 4 milhões de seguidores, são investigadas pela Polícia Civil por promover cassinos virtuais proibidos nas redes sociais. Após prestar esclarecimentos na delegacia, as irmãs publicaram uma foto no Instagram com a legenda ‘as usurpadoras’, em tom debochado.

Antes da publicação com a legenda “As Usurpadoras”, feita ao som da música-tema da novela mexicana homônima — “La Usurpadora”, do grupo Pandora —, as irmãs Paola e Paulina Ataíde haviam se pronunciado nos stories. Cada uma agradeceu o apoio dos seguidores e afirmou que a assessoria jurídica delas cuidaria da situação.

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As influenciadoras Paola e Paulina Ataide — Foto: Reprodução/ Instagram

“Eu acredito muito na Justiça, vai dar tudo certo”, disse Paola.

Conhecidas nas redes sociais pelos looks de grife, viagens internacionais e rotina de luxo, as gêmeas, que vivem em Vargem Grande, na Zona Oeste do Rio, são dois dos 15 nomes citados pela Polícia Civil do Rio na Operação Desfortuna, deflagrada nesta quinta-feira, que investiga influenciadores suspeitos de fazer propaganda enganosa do jogo de azar para seguidores, prometendo lucros rápidos e altos — enquanto, na prática, milhares de vítimas acumulavam perdas.

Na manhã da quinta-feira, as duas compareceram de forma espontânea à Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), na Cidade da Polícia, para prestar esclarecimentos. Procurada pelo EXTRA, a defesa das gêmeas não retornou o contato.

Segundo as investigações, por trás do estilo de vida ostentado nas redes, há uma engrenagem milionária que lucra com a derrota de seguidores em plataformas de azar. Somente com a monetização dessas publicações e parcerias com os sites, os criadores de conteúdo alvos da operação movimentaram cerca de R$ 40 milhões em dois anos, entre 2022 e 2024.

Com quase 4 milhões de seguidores no Instagram somadas, as duas são apontadas como divulgadoras de um aplicativo de apostas considerado ilegal no Brasil.

Quem são Paola e Paulina?

Paola de Ataíde Rodrigues, e Paulina de Ataíde, são criadoras de conteúdo que, juntas, acumulam 10 milhões de seguidores no Instagram e no TikTok. Nas redes sociais, elas falam sobre bem-estar, relacionamento e mostram suas rotinas de autocuidado. Os nomes das gêmeas são os mesmos das protagonistas da novela mexicana “A usurpadora”, dos anos 1990, que também fez sucesso no Brasil.

Como os influenciadores conseguiam bancar a vida luxuosa?

Segundo o delegado Renan Mello, a polícia já identificou dois modelos de remuneração usados pelas plataformas para pagar os influenciadores:

Pacotes fechados de publicações – os influenciadores recebiam um valor fixo por um determinado número de postagens promocionais, independentemente do resultado para os usuários.

Ganhos variáveis por desempenho – nesse modelo, o pagamento era proporcional ao número de cadastros realizados por meio do link personalizado do influenciador, e principalmente ao valor que esses seguidores perdiam apostando nas plataformas.

Segundo o delegado, ainda não é possível cravar qual forma era mais utilizada por cada um dos influenciadores.

— Estamos buscando individualizar qual foi a modalidade contratada por cada influenciador. Sabemos dessas duas formas, mas ainda precisamos identificar com precisão quem usava cada uma — explicou o delegado.

Para atrair vítimas, os influenciadores publicavam vídeos com simulações de ganhos, dicas de jogadas, e depoimentos falsos dizendo que haviam enriquecido com o jogo. O tom recorrente era o da transformação de vida: muitos diziam que saíram da pobreza graças ao jogo. A realidade, porém, era inversa — os seguidores perderam dinheiro, enquanto eles enriqueciam.

Quem são os 15 alvos da Operação Desfortuna

  • Nayara Silva Mendes
  • Sun Chunyang
  • Tailon Artiaga Ferreira Silva
  • Tailane Garcia dos Santos Laurindo
  • Paola de Ataíde Rodrigues
  • Paulina de Ataíde Rodrigues
  • Micael dos Santos Moraes
  • Samuel SantÁnna da Costa
  • Mauricio Martins Junior
  • Jenifer Ferracini Vaz
  • Rafael da Rocha Buarque Vanessa Vatusa Ferreira da Silva
  • Ana Luiza Ferreira do Desterro Simen Poeis
  • Anna Beatriz Ferracini Ribeiro
  • Lorrany Rafael Dias
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