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MERCADO FINANCEIRO

Princípio de acordo entre China e EUA faz bolsas dispararem na Ásia

Embora a Casa Branca tenha confirmado o encontro entre Trump e Xi Jinping, o governo chinês ainda não anunciou oficialmente a reunião
Xi Jinping, presidente da China, e Donald Trump, dos EUA, em 2019 - Foto: reprodução

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As bolsas da Ásia registraram forte alta nesta segunda-feira (27), impulsionadas pelo otimismo sobre um possível acordo comercial entre Estados Unidos e China. Os principais índices da região, como o Nikkei 225, de Tóquio, e o Kospi, de Seul, atingiram níveis recordes, refletindo o alívio dos investidores diante das sinalizações positivas dadas pelos dois países.

De acordo com autoridades estadunidenses, os principais negociadores de Washington e Pequim acertaram no domingo (26) a estrutura de um pacto comercial que será submetido aos presidentes Donald Trump e Xi Jinping durante o encontro previsto para quinta-feira, na cidade sul-coreana de Gyeongju.

O acordo prevê a suspensão do aumento das tarifas estadunidenses e dos controles chineses sobre exportações de terras-raras, além de avanços em temas sensíveis como transporte marítimo e combate ao tráfico de fentanil.

Em Tóquio, o índice Nikkei 225 subiu 2,46% e encerrou o dia a 50.512,32 pontos, o maior nível já registrado na história do mercado japonês. No acumulado de 2025, o índice já valorizou 24%.

Na Coreia do Sul, o Kospi teve alta de 2,57%, fechando a 4.042,83 pontos, também em patamar recorde. Na China continental, o índice CSI 300 da Bolsa de Xangai avançou 1,2%, a 4.716,02 pontos, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, subiu 1,05%, encerrando o pregão em 26.433,70 pontos.

Painel do lado de fora de uma corretora de valores em Tóquio mostra o Índice Nikkei acima dos 50 mil pontos – Foto: Kiyoshi Ota/Bloomberg

Na Europa, os mercados operavam com leves oscilações no início da manhã. Por volta das 9h (horário de Brasília), o índice FTSE, em Londres, registrava alta de 0,07%, a 9.651,94 pontos. Em contrapartida, Paris recuava 0,12%, e Frankfurt caía 0,11%, refletindo a cautela dos investidores diante das negociações internacionais.

O clima positivo na Ásia foi reforçado pelas declarações do secretário do Tesouro estadunidense, Scott Bessent, que afirmou, no domingo, que as conversas à margem da Cúpula da ASEAN, em Kuala Lumpur, eliminaram a possibilidade de tarifas de 100% sobre produtos chineses a partir de 1º de novembro.

“Está, na prática, fora da mesa”, disse Bessent, acrescentando que o acordo deve incluir um adiamento de um ano na implementação do regime chinês de licenciamento de minerais e ímãs de terras-raras.

“Acho que temos uma estrutura muito bem-sucedida para os líderes discutirem na quinta-feira”, afirmou Bessent após se reunir com o representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, o vice-primeiro-ministro chinês He Lifeng e o principal negociador Li Chenggang. O secretário do Tesouro também expressou expectativa de que a China retome as compras de soja dos Estados Unidos, suspensas em setembro, quando Pequim priorizou importações do Brasil e da Argentina.

Embora a Casa Branca tenha confirmado o encontro entre Trump e Xi Jinping, o governo chinês ainda não anunciou oficialmente a reunião. Mesmo assim, os mercados esperam que o encontro sirva para consolidar um entendimento capaz de reduzir as tensões comerciais que vêm abalando a economia global desde 2018.

“De modo geral, a reação de curto prazo pode ser de um otimismo cauteloso”, avaliou o estrategista Dilin Wu, do Pepperstone Group. “No entanto, o mercado ainda aguardará o resultado da reunião entre Trump e Xi. Quaisquer ganhos tendem a ser moderados, mais um reflexo da melhora no sentimento de risco do que de uma recuperação plena”.

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