DEU EM A GAZETA

Conclusão do BRT pode ficar para próxima gestão

A falta de colaboração entre os entes públicos também foi apontada como um fator que prejudicava o andamento dos trabalhos
Obras do BRT. (Foto: Michel Alvim/Secom-MT)

Compartilhe essa Notícia

Com 20% das obras conclusas e R$ 86 milhões já desembolsados pelo governo mato-grossense, as obras do BRT (Bus Rapid Transit) provavelmente não serão entregues na gestão de Mauro Mendes (União). A estimativa é do doutor em Engenharia de Trânsito e professor aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Luiz Miguel de Miranda, que pontuou que a meta será um ‘verdadeiro feito histórico’ se for concretizada.

O projeto do BRT, que substituiu o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) -cancelado após escândalos de corrupção e falhas de planejamento, com apenas 30% das obras concluídas -, foi apresentado como uma solução mais barata e eficiente, por Mauro Mendes. Porém, a realidade se mostrou mais complexa do que o esperado. A obra começou oficialmente em outubro de 2022, mas o andamento dos trabalhos foi prejudicado por uma série de problemas estruturais e administrativos, que incluem desde falhas no planejamento até a morosidade na liberação de licenças ambientais. A previsão era concluir em 2024 e ficou para 2025.

NOTÍCIAS QUENTES – Acesse o grupo do Isso É Notícia no WhatsApp e tenha notícias em tempo real (CLIQUE AQUI)

O professor aposentado da UFMT fez uma análise crítica sobre o projeto. Ele afirmou: ‘Não conheço o cronograma das obras do BRT, mas posso garantir que as obras da Fernando Corrêa são muito mais complexas do que as da Avenida CPA. O pavimento de concreto é simples de se fazer, mas exige um material adequado e mão de obra. O maior desafio será o impacto sobre o patrimônio histórico e as construções que precisam ser protegidas. E sem um plano de ataque bem detalhado e fiscalizado, será muito difícil concluir a obra a tempo’, concluiu.

Em Várzea Grande, as obras também não seguem o esperado. Algumas melhorias prometidas para o final de 2023 ainda não foram entregues. O Consórcio Construtor BRT Cuiabá destacou que, além das dificuldades internas, o projeto sofreu com falhas no anteprojeto, mudanças no traçado e atraso na obtenção de licenças ambientais.

A falta de colaboração entre os entes públicos também foi apontada como um fator que prejudicava o andamento dos trabalhos. As constantes prorrogações dos prazos para a conclusão, refletem essas dificuldades. Após críticas contundentes do governador, empresa responsabilizou o governo estadual pela demora em fornecer documentos técnicos e pela falta de apoio nas questões ambientais. Em resposta, a Secretaria de Infraestrutura e Logística não poupou o consórcio e reiterou que os atrasos e falhas são de responsabilidade da contratada.

COMENTE ABAIXO: