A Justiça de Mato Grosso determinou neste domingo (14) a prisão temporária do policial militar Raylton Mourão e da esposa dele, Aline Valando Kounz, por suposto envolvimento no assassinato da personal trainer Rozeli da Costa Nunes, de 33 anos, em Várzea Grande. O crime ocorreu no início da manhã do último dia 11, quando Rozeli deixava sua residência para sair de carro.
Conforme a investigação, dois homens em uma motocicleta se aproximaram do veículo da vítima e dispararam seis vezes, sem dar chance de defesa. Os tiros atingiram a personal dentro do carro, que não resistiu. O caso mobilizou equipes da Polícia Militar e da Polícia Civil, que iniciaram buscas ainda no mesmo dia.
Operação Moeda de Sangue
No sábado (13), a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) deflagrou a Operação Moeda de Sangue. O alvo principal eram Raylton e Aline, que já figuravam como suspeitos do crime.
Os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão na residência do casal, localizada no bairro São Simão, mas não os encontraram. Quando as equipes chegaram, os dois já haviam fugido. No imóvel, os investigadores recolheram objetos diversos, entre eles um capacete semelhante ao usado pelo atirador no momento da execução.
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Todo o material foi encaminhado para análise pericial e deve servir como prova para reforçar a acusação. As autoridades trabalham agora para localizar o casal e esclarecer qual foi a participação efetiva de cada um na ação criminosa.
Conflito judicial como possível motivação
De acordo com a DHPP, a principal linha de investigação aponta para um processo judicial movido por Rozeli contra Raylton e Aline. O caso teve início em março deste ano, quando a personal se envolveu em um acidente de trânsito na Avenida Filinto Müller.
Na ocasião, um caminhão da empresa de distribuição de água potável Reizinho — de propriedade do casal — teria avançado sobre a via preferencial sem sinalizar. Para evitar a colisão, Rozeli precisou frear bruscamente, mas acabou atingida por trás por um motociclista que não conseguiu parar a tempo.
Ação por danos
O episódio levou Rozeli a ingressar com uma ação de reparação de danos materiais e morais em julho. No processo, ela pedia aproximadamente R$ 24 mil de indenização, valor correspondente aos prejuízos do acidente.
A polícia acredita que esse conflito judicial possa ter motivado a execução. “É um ponto central da apuração, pois os indícios sugerem que a vítima foi morta justamente em razão do processo”, destacou um investigador envolvido no caso.
