Pesquisar
Feche esta caixa de pesquisa.
'POÇO SEM FUNDO'

Justiça determina bloqueio de R$ 22 milhões de grupo que fraudou contratos de poços artesianos

Deflagrada no dia 8 de maio, a investigação conduzida pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) teve início após denúncia apresentada pelo próprio Governo do Estado
Sede da Metamat — Foto: Secom-MT

Compartilhe essa Notícia

A Justiça determinou o sequestro de casas, fazendas, apartamentos e veículos de investigados na Operação Poço Sem Fundo, que apura um esquema de fraudes em contratos para perfuração de poços artesianos em Mato Grosso. A juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO), também ordenou o bloqueio de mais de R$ 22 milhões das contas de 16 servidores públicos.

Entre os alvos estão o então diretor administrativo da Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat), o ex-deputado estadual Wagner Ramos (União), o ex-presidente da estatal, Juliano Jorge Boraczynski, e o diretor-técnico Francisco Holanildo Silva Lima.

O g1 tenta contato com a defesa do investigados.

Deflagrada no dia 8 de maio, a investigação conduzida pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) teve início após denúncia apresentada pelo próprio Governo do Estado. Segundo os investigadores, um grupo atuava dentro da Metamat entre os anos de 2020 e 2023, desviando recursos públicos por meio de contratos fraudulentos. O prejuízo estimado ultrapassa R$ 22 milhões.

NOTÍCIAS QUENTES – Acesse o grupo do Isso É Notícia no WhatsApp e tenha notícias em tempo real (CLIQUE AQUI)

Ao todo, 16 servidores públicos e oito empresas são alvos da investigação. Além do bloqueio de valores e sequestro de 49 imóveis e 79 veículos, a Justiça impõe auditorias nas empresas envolvidas, suspensão de pagamentos, proibição de novos contratos com o poder público e impedimento de que os investigados atuem em qualquer função no governo.

Relatórios da Controladoria-Geral do Estado (CGE), que embasaram a decisão, identificaram:

  • indícios de fraudes na execução dos contratos
  • superfaturamento
  • desvio de recursos
  • indícios de lavagem de dinheiro

Os crimes investigados incluem peculato, fraude em licitações, falsidade ideológica majorada, contratação direta ilegal, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Os mandados foram cumpridos em Cuiabá, Várzea Grande e Tangará da Serra, com o cumprimento de 30 ordens de busca e apreensão.

Como funcionava o esquema?

A associação criminosa desviava recursos de contratos firmados pela estatal entre 2020 e 2023.

Os contratos investigados tinham como objetivo levar água potável a comunidades rurais por meio da perfuração de poços artesianos. No entanto, auditorias identificaram diversas irregularidades, como poços inexistentes nos endereços declarados, estruturas inadequadas para armazenamento da água e casos em que os próprios moradores precisaram improvisar formas de acesso ao recurso.

Também foram encontrados poços perfurados em áreas privadas, plantações, pastagens, garimpos, granjas e até em zonas urbanas.

COMENTE ABAIXO: