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CRISTALILINO I E II

MT firma convênio para manter 100 mil hectares dos parques estaduais

Recursos de US$ 100 milhões destinados às ações de preservação e conservação dos parques virão de organização ambiental
Parque Estadual Cristalino

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Convênio firmado pelo Governo de Mato Grosso e a organização ambiental “O.N.E. Amazon” prevê a captação de US$ 100 milhões para a preservação de 100 mil hectares  nos parques estaduais Cristalino I e II, que ficam entre os municípios de Novo Mundo e Alta Floresta (Norte do Estado), na Amazônia mato-grossense.

O acordo para remunerar a floresta em pé foi formalizado na última segunda-feira (22), na Semana do Clima de Nova York (USA).

Segundo o Governo do Estado, é a primeira iniciativa dessa natureza no país, em que o ativo será oferecido no mercado financeiro.

“Somos o primeiro estado brasileiro a integrar esta inovação que é efetivamente a remuneração para a manutenção da floresta em pé e de sua biodiversidade. Sempre ouvimos falar em remuneração para carbono, que já é comum, mas nós estamos inovando, juntamente com a O.N.E. Amazon e todos os parceiros, em manter a biodiversidade e financiar a produção sustentável em Mato Grosso”, afirmou a secretária de Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti

Lazzaretti reforçou que é o Estado que mais produz no Brasil e ainda conserva 60% do seu território.

“Nosso objetivo não é exportar apenas soja, milho, carne ou biocombustíveis, mas confiança, estabilidade e inovação. Nosso potencial é único: tokenizar não apenas florestas, mas também água, minérios, terras raras, ouro e, até mesmo, nossas línguas e tradições indígenas. Isso significa transformar natureza e cultura em ativos globais, sempre preservando sua essência”, completou.

O promotor de Justiça Marcelo Vacchiano destacou a iniciativa.

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“Quando o Governo do Estado assume compromissos de fazer um investimento em desenvolvimento sustentável, apoio a cadeias produtivas de baixas emissões, infraestrutura resiliente, turismo ecológico e, obviamente, investimentos nas unidades de conservação, isso converge com as cobranças da lei que o Ministério Público tem feito ao longo de toda a sua trajetória”, afirmou.

Conforme o Estado, os recursos destinados às ações de preservação e conservação dos parques virão da O.N.E. Amazon, aplicados por investidores institucionais e governamentais de todo o mundo, por meio da venda de um ativo digital, conhecido como token, disponível no mercado financeiro.

São três as áreas prioritárias do fundo de investimento. A primeira delas é o desenvolvimento de atividades turísticas sustentáveis que valorizem a cultura e a biodiversidade locais.

A segunda trata-se da promoção de sistemas agrícolas integrados que conservem a floresta e produzam alimentos de alto valor nutricional.

A terceira, a implementação de soluções energéticas limpas e tecnologias que aprimorem a infraestrutura regional.

Juntos, os Cristalinos I e II contam com 184,9 mil hectares de floresta amazônica.

Criado em 2000, o Cristalino I abrange 66,9 mil hectares e, um ano depois, o Estado criou o Cristalino II, com 118 mil hectares.

ANULAÇÃO E FUNDO – Nos últimos 10 anos, o Cristalino II enfrenta ação judicial com pedido de anulação da criação por parte da Sociedade Comercial do Triângulo Ltda., sob a alegação de que a criação da unidade de conservação foi ilegal por falta de estudos técnicos e de consulta pública, além de supostamente abranger áreas pertencentes à empresa.

Em maio deste ano, o Poder Judiciário considerou o pedido improcedente, já que a empresa não apresentou os documentos que comprovassem a posse efetiva da área.

Em meio à cobrança de ambientalistas e organizações não governamentais para preservação da unidade, em 2024, o governador Mauro Mendes (União) chegou a criticar a criação de parques sem indenizações às empresas, ironizando a abertura de uma vaquinha para conseguir recursos estrangeiros para “criar parque em Mato Grosso e salvar o mundo”.

No mesmo ano, Mauro criou o Fundo Amigo da Floresta – 3F, que permite que o Estado receba doações de recursos para a criação, regularização e manutenção de parques e unidades de conservação.

Na ocasião, ele chegou a dizer que se o fundo não recebesse doações cairia “a máscara” de quem diz se importar com a preservação no Estado.

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