Projeto inovador que integra ciência, tradição e desenvolvimento sustentável foi selecionado pela chamada Expedições Científicas da Iniciativa Amazônia+10, conforme divulgado em 2 de dezembro de 2024. Intitulado “Aproveitamento integral de frutos e tubérculos da região da Amazônia Legal – estratégia para fomentar a bioeconomia, resgate de costumes e redução da insegurança alimentar dos povos originários do estado de Mato Grosso”, a proposta está entre as 22 aprovadas (de um total de 191 submetidas), com apoio financeiro de aproximadamente R$ 76 milhões para todo o conjunto de projetos.
Sob coordenação da Professora Dra. Maressa Caldeira Morzelle, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o projeto conta com a parceria do Pesquisador Dr. Moacir Haverroth, da Embrapa Alimentos e Territórios, e da Professora Dr. Tatianne Ferreira de Oliveira, da Universidade Federal de Goiás (UFG). A equipe multidisciplinar reúne profissionais das áreas de ciência dos alimentos, etnociência, agroecologia, comunicação e políticas públicas, compondo uma frente de pesquisa robusta e sensível aos contextos socioculturais da região. A coordenadora do Projeto destaca que o projeto valoriza os conhecimentos tradicionais e ancestrais, que compõem os saberes dos povos indígenas ainda preservados. “Trata-se de uma iniciativa que enxerga os povos originários não como beneficiários, mas como protagonistas do desenvolvimento sustentável, respeitando sua autonomia, saberes e formas de organização”, ressaltou a coordenadora Maressa Morzelle.
O foco do projeto está no aproveitamento integral de frutos e tubérculos nativos da Amazônia Legal, com ênfase em espécies ainda pouco exploradas pela cadeia produtiva convencional. “Ao valorizar os conhecimentos alimentares dos povos originários de Mato Grosso, o projeto busca resgatar práticas tradicionais, fomentar cadeias produtivas locais e, sobretudo, reduzir a insegurança alimentar em territórios indígenas, promovendo soluções de base comunitária e a bioeconomia sustentável”, explicou Morzelle.
De acordo com o pesquisador da Embrapa, Moacir Haverroth, a aprovação do projeto representa um avanço para o desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal. “Estamos valorizando recursos naturais e culturais, ao mesmo tempo em que contribuímos com a segurança alimentar e a preservação dos costumes dos originários de Mato Grosso” enfatizou Haverroth.
Sobre o Projeto
O projeto será implementado na Terra Indígena (TI) Tirecatinga, território multiétnico composto pelas etnias Terena, Paresí, Nambikwara, Manoki e Rikbaktsa, localizado no município de Sapezal, Noroeste de Mato Grosso. A escolha desse território visa não apenas potencializar os impactos do projeto, como também fortalecer o protagonismo dos povos indígenas na construção de tecnologias sociais e no uso sustentável dos recursos florestais.
Além disso, no decorrer do projeto, serão realizadas expedições científicas às terras indígenas selecionadas voltadas à ampliação do conhecimento sobre a sociobiodiversidade e a biodiversidade amazônica. A pesquisa está organizada em quatro frentes principais:
























