EDITORIAL

Caso Nery mostra que gabinete do governador de MT é uma organização criminosa!

Cabo da PM que fazia segurança oficial do governador foi preso acusado de participar da execução de um advogado; suspeita é de que militar faça parte de esquema de grilagem de terras
Governador de Mato Grosso, Mauro Mendes: até quando vai durar a impunidade?

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A prisão de um militar  que atuava até ontem (5) no gabinete do governador de Mato Grosso escancara aquilo que o Isso É Notícia já sabia há tempos: que o entorno da governadoria é, na verdade, uma organização criminosa voltada a prática do mais variados tipos de crimes.

O cabo da Polícia Militar Wailson Alesandro Medeiros, que exercia a função de confiança de direção-geral e assessoramento no setor responsável por “proteção de dignatários”, está entre os alvos da operação “Office Crime – A outra face”, deflagrada na manhã desta quinta-feira (06.03), pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil.

Ele é acusado de participar da morte do advogado Renato Nery, executado com um tiro na cabeça em plena luz do dia, ao chegar em seu escritório, na avenida Fernando Correa, em Cuiabá, há um ano.

A exoneração do cabo do gabinete do governador mostra que o Palácio Paiaguás dispõe de informações até de investigações sigilosas – que deveriam passar longe do controle político do gabinete do governador.

A prisão do militar acontece pouco mais de um mês após um sargento da PM que fazia a segurança da primeira-dama denunciar que estava sendo monitorado por câmeras em áudio e vídeo nas instalações oficiais da Casa Militar em São Paulo, para onde vão acompanhar Virgínia em visitas a seus filhos que moram na capital paulista. Um episódio quase dantesco!

Poucos antes disso, o irmão do chefe de gabinete do governador foi preso pela Polícia Militar com uma grande estufa de plantação de maconha com quantidade, inclusive, suficiente para “chapar” o Palácio Paiaguás por inteiro.

Em março de 2022, um capitão da PM que também integrava o pelotão de segurança de Mauro também foi preso por participação em um grupo de extermínio desbaratado pela Operação Simulacrum.

Um ex-ordenador de despesas do gabinete também foi preso pelo Gaeco, no início da gestão de Mauro, com R$  20 mil em uma mochila que, segundo o Gaeco, era propina referente de contrato de manutenção predial do Palácio Paiaguás. Nada, além da prisão e exoneração, aconteceu.

Dentro da Casa Militar, órgão responsável pelo órgão de proteção e segurança do governador, existe um setor de inteligência e contrainteligência que, pelo visto, não conseguiu – deliberadamente ou não – identificar que o cabo da PM preso nesta quinta-feira e que fazia a escolta de Mauro Mendes e sua família estava envolvido com crimes de pistolagem. Por quê?!

Monitoramentos, gravações, detetives, grilagens, drogas e pistolagem: até quando esta organização criminosa vai continuar impune e se livrar de uma grande varredura pelos órgãos federais que, por enquanto, ainda não estão contaminados?

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